22/02/10

Benjamin Zander: "You don't cry in time"

London Masterclasses. Direcção de orquestra, com Benjamin Zander

“You don’t cry in time”, são as palavras de Benjamim Zander para falar de rubato

Começarei por dizer que não sou grande fã de masterclasses. Já tive experiências muito gratificantes, das quais consegui extrair maneiras novas de olhar sobre a música. Mas essas situações foram poucas, comparativamente com as muitas em que a masterclass apenas servia como um culto a personalidade do master, por vezes com resultados pedagógicos pobres, ou mesmo desastrosos para a estabilidade emocional dos alunos!

Este vídeo ilustra excelentemente as masterclasses que têm também o poder de insuflar paixão e inteligência nas pessoas. Zander tem a capacidade de transcender a música, de conectar cada som com a experiência humana, de comunicar essa experiência de forma que pode ser, ao mesmo tempo, acessível mesmo para leigos, e significativo para os profissionais.

Mas o que mais me emociona em Zander e a sua forma de comunicar e chegar ao núcleo das pessoas com quem trabalha, o para as que fala. A sua masterclass é muito mais do que uma reunião de especialistas á procura de um conhecimento superior; é, na minha opinião, uma afirmação da capacidade humana para compreender, para transcender, para projectar e para partilhar a beleza.

Tentem não perder.

Aaron Copland

(Adaptado das notas ao programa)

Aaron Copland, Fanfare for America

Estonian Philharmonic Chamber Choir & The Tallinn Chamber Orchestra

Dirigidos por Tsnu Kaljuste

Aaron Copland (1900-1990) é o mais conhecido e apreciado por algumas composições extremamente populares, que escreveu no período 1936-49, como por exemplo Appalachian Spring, Billy the Kid e Rodeo. Ele foi um dos primeiros a captar a essência da vida americana em som. Juntamente com Gershwin, Bernstein e Ives,  criou a música que reflecte o mundo em que vivia.

Este documentário analisa a forma como um cidadão de Nova Yorke, russo de origem judaica, chegou a escrever uma música contagiante e acessível, que estabeleceu uma "voz" própria para a música americana.

O filme relata facetas da sua vida e carreira, utilizando filmes de arquivo e outras filmagens especiais para recordar a infância de Colpland no Brooklyn, a sua viagem a Paris entre 1921-24, onde continuou os seus estudos musicais com Nadia Boulanger, onde foi absorvido pelo ambiente de avantgarde daquele meio cultural. Stravinsky foi também uma influência marcante no seu trabalho. No seu retorno aos Estados Unidos, demonstrou uma determinação enérgica para criar um "som" americano, que fosse capaz de expressar o optimismo e estilo directo da vida no Novo Mundo, com a sua mistura multi-racial.

O filme evoca também a vida de Copland em Nova York, como jovem e ainda obscuro compositor, numa época em que viveu com simplicidade, e trabalhou com grande disciplina, absorvendo as linguagens do jazz e do ragtime. Finalmente, chega ao seu ano de sucesso, que lhe trouxe um grau de popularidade raramente alcançado por um compositor contemporâneo clássico.

O documentário inclui excertos de entrevistas com Copland, com seu biógrafo, Howard Pollack, e com o maestro americano Hugh Wolff, um expoente da sua música. Wolff também dirige a Frankfurt Radio Symphony Orchestra em passagens de algumas das mais famosas obras do compositor, incluindo Fanfare for a Simple Man, Symphony No. 3, 12 Poems by Emily Dickinson (com a mezzo soprano Stella Doufexis), El Salon México, etc.. Aparece um excerto de um vídeo de Benny Goodman, a tocar o Concerto para Clarinete por ele encomendado ao compositor, bem como imagens de Leonard Bernstein dirigindo o  Lincoln Portrait para orador e orquestra, e dança de Martha Graham para Appalachian Spring.






Gonzalo Rubalcaba




(adaptado das notas ao programa, classical tv)


O pianista cubano Gonzalo Rubalcaba teve uma recepção muito calorosa no Munich Klaviersommer.

Junto a ele estiveram Reinaldo Melian (trompete), Philipe Cabrera (contrabaixo) e Julio Barretto (percussão). A contagiante  vitalidade da sua música, com a sua surpreendente mistura de ritmos, atmosferas e sons, suscitaram estas palavras de Werner Burkhardt, no Süddeutsche Zeitung: "Mesmo quando Rubalcaba toca baixinho, tens que ouvi-lo. Mas quando 'abre a caixa', ele faz acordar em nós a mais desavergonhada urgência de vivir a vida até não poder regressar".

Esta gravação em vivo, que inclui vários temas de Rubalcaba,  Charlie Parker e Miles Davis, captura a atmosfera electrizante que o grupo gerou.